Wednesday, January 04, 2006

as boias frias oleo sobre a tela 100x 120 cm  Posted by Picasa
A morte da arte




Pois é meu amigo, eles mataram a arte.
O cinema a matou.
As extravagantes demonstrações exibicionistas de suas pseudoartes, executadas com artífices contratados só dizem pra nós, ensaístas das letras, pintura e escultura, que não passamos de uns trastes, talvez seja por isso que as nossas telas estão brancas e os pincéis estão jogados num canto.
É claro que as anomalias que chamamos de gênios sempre deram o espetáculo, mas creio que antes éramos felizes com as nossas pinceladas e a nossa arte regional (é claro que não estou falando da pintura de guardanapo que a gente vê pelas galerias), garimpávamos na história as pistas que os grandes deixaram, como quem busca o ouro, agora a nossa mente está cheia de toda a espécie de esgrima samurai, só que na realidade não sabemos mover um simples bastão.
Parece loucura mas a nossa mente vê tanta coisa que ela está ficando preguiçosa, tudo já existe mesmo do outro lado do mundo e então não se acha satisfação em mais nada, daqui pra frente vamos ficar sentados na frente do vídeo só contemplando aquilo que é vento, ou então vamos bater palma lá porta da Warner Bros, pra ver se arruma um bico por lá.
Criaram a internet pra gente pesquisar e se comunicar mas ela matou a pesquisa científica, sem falar dos direitos autorais; sabe-se tudo sobre um pardal, mas nunca se viu um de pertinho. Criou-se o Orkut pro pessoal se conhecer coisa e tal, mas ele acabou com a língua portuguesa e a privacidade, e mais, quando se vê o tipo de comunicação existente nessa rede é aí que se percebe o tamanho do vazio que está na mente das pessoas.
Antigamente um grande império atacava e destruía tudo pra poder conquistar novos reinos, hoje eles só precisam destruir a mente da rapaziada, e depois que ela está completamente vazia, como já se vê na rede, preenchem esse vazio com filosofias, artes, livros, vídeos, etc., fazendo eles baterem palma, e o que é pior, ainda pagarem toda a conta no final.
Tenho certeza que quando a gente desligar toda essa porcaria de vídeo é que vamos voltar a ter tempo pra achar arte num botão de flor, e mais ainda, bem ali pertinho, ali, no quintal de casa.





Marcelo Azevedo